Saúde: Doenças mais comuns em gerbils
- Sara Santos
- 16 de set. de 2024
- 16 min de leitura
Os gerbils são conhecidos por serem animais fortes e resistentes, mas é claro que, assim como qualquer outro pet, estão sujeitos a problemas de saúde. Conhecer as condições mais comuns e saber identificar os primeiros sinais é fundamental para garantir o tratamento adequado e evitar que o problema se agrave. Felizmente, quando diagnosticadas precocemente, muitas dessas condições podem ser tratadas com sucesso por um veterinário especializado.
Lembre-se de que, ao notar qualquer alteração no comportamento ou na saúde do seu gerbil, é sempre importante buscar orientação veterinária. As informações deste artigo são baseadas em experiências de criadores experientes e não substituem consultas veterinárias. Não incentivamos a administração de medicamentos por contra própria.
Sintomas mais comuns de que seu gerbil pode estar com algum problema de saúde:
Períodos de sono muito longos
Perda de peso
Pelo sujo ou extremamente oleoso
Perda de pelos
Postura estranha
Traseiro úmido
Ruídos na respiração
Respiração mais rápida ou mais lenta
Agressividade fora do comum
Aqui estão listadas as doenças mais comuns que afetam os gerbils. Este artigo ajudará você a observar e identificar possíveis problemas de saúde no seu gerbil, além de sugerir as possíveis causas. Sempre consulte um veterinário antes de iniciar qualquer tratamento e evite administrar medicamentos, mesmo os naturais, sem orientação profissional.
ATENÇÃO: Este artigo contém imagens fortes.
FERIMENTOS POR BRIGAS
Brigas entre gerbils podem ocorrer por diversas razões, mas é importante notar que esse comportamento não é normal e pode representar um sério problema para a saúde e bem-estar dos animais. Conflitos entre gerbils devem apartados com urgência para evitar consequências graves, como ferimentos ou até mesmo a morte dos animais envolvidos. Sempre separe os gerbils que estão brigando para garantir a segurança de todos.
Sintomas: Presença de sangue no pelo, principalmente na base da cauda, nas patas ou no rosto. Fraturas nas patas e cauda.
Causas: Estresse, desagregação (exclusão de um gerbil), mudanças no alojamento, limpeza total da forração, alojamentos muito grandes (ou muito pequenos ou com muitos acessórios e tocas). Em grupos maiores de 2 gerbos, as brigas também podem ocorrer após a morte ou adoecimento do gerbil dominante, de maneira que os outros iniciem uma batalha para reestabelecer a hierarquia.
Tratamento: Isole os gerbils envolvidos e aguarde até que todos estejam recuperados. Às vezes, as feridas podem ser tão graves que o gerbil não sobrevive, infelizmente. Os gerbos são muito territoriais e quando uma verdadeira luta começa, você pode encontrar um deles morto se não os separar a tempo. Normalmente, o gerbil ferido cicatriza muito rapidamente. Em alguns dias, você não verá nenhum vestígio disso. Não os junte novamente ou a luta começará novamente. Use método split de apresentação tentar uma possível reintrodução desses animais.
Recuperação: Se seu gerbil ferido estiver comendo, bebendo, andando e roendo normalmente, tudo ficará bem em 1 semana.
FRATURAS
Como todo animal de estimação, o gerbil pode apresentar uma fratura em algum momento da vida. Isso geralmente ocorre nas patas traseiras ou cauda.
Sintomas: Andar com dificuldade, mancar ou arrastar um membro, membro completamente torto.
Causas: Quedas, brigas, rodinhas com barras, gaiolas com barras no chão.
Tratamento: Não se deve imobilizar o membro fraturado porque isso causaria mais estresse, além de que o gerbil provavelmente poderia roer a tala. Ao tentar colocar alguma imobilização você poderá machucar mais o membro fraturado e ainda poderá ser mordido. A melhor coisa a fazer é observar, uma vez que uma fratura simples geralmente se "consertará" sozinha. Certifique-se de que o gerbil consegue ter acesso à comida e água. Alguns criadores dizem que não é necessário ir ao veterinário, você pode apenas mantê-lo sob observação por alguns dias até que tudo volte ao normal. Porém, um osso calcificado errado pode gerar complicações de mobilidade. Se houver um membro muito torto, ruptura da pele com fratura exposta, sinal de infecção ou inflamação agende uma consulta com o veterinário imediatamente.
Recuperação: Em casos simples ou sem exposição do osso, o gerbo se recupera naturalmente em aproximadamente 2 semanas. Em casos mais complexos pode ser necessário realizar uma cirurgia e até a amputação do membro. Na dúvida, leve seu gerbil ao veterinário o mais rápido possível.
ALERGIA
As alergias são um problema comum na saúde dos gerbils, geralmente causadas por fatores ambientais. Embora não sejam doenças, os sintomas devem ser tratados adequadamente para garantir o bem-estar do animal.
Sintomas: Esfrega o nariz com frequência, presença de líquido vermelho semelhante a sangue (porfirina), perda de pelos e feridas na região do focinho. O gerbil também poderá dormir mais do que o habitual.
Causas: Forração inadequada como serragem de pinus ou cedro, forração que produz muito pó, forração muito suja.
Tratamento: Troca da forração por papel toalha ou higiênico sem perfume, higienização do alojamento e acessórios com detergente neutro.
Recuperação: Após identificar e tratar a causa, o pelo perdido deve voltar e o gerbil retomará as suas atividades normais. Não é necessário aplicar medicamentos no nariz, o gerbil deve se recuperar sozinho uma vez que fator causador do problema for eliminado.
INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
Infecções respiratórias são muito comuns e gerbils e, quando não tratadas adequadamente, podem resultar em pneumonia severa e até a morte. Assim como nos humanos, este problema acomete mais comumente os bebes e idosos.
Sintomas: Pelagem opaca, dificuldade respiratória, presença de sons de "clique" ao respirar, apatia, letargia.
Causas: Ambiente muito úmido ou sujo, excesso de poeira no alojamento, exposição a correntes de ar, mudanças bruscas de temperatura. Em filhotes, também pode ser causado pela falta de leite ou leite de uma mãe gerbil doente ou idosa, o que causará fraqueza nos bebês, tornando-os mais vulneráveis a infecções.
Tratamento: É necessário uso de antibióticos prescritos por um veterinário. Uma vez que a infecção esteja instalada, é quase impossível salvar o gerbil sem medicamento. Eles não comem nem bebem e simplesmente acabam definhando. Mantenha o animal aquecido até chegar ao veterinário. A melhor coisa a fazer é descobrir o que causou a infecção e corrigir para que não aconteça novamente.
Recuperação: O veterinário poderá orientá-lo sobre quando você poderá observar sinais de melhora após o início do tratamento.
TUMORES
Cistos e tumores são problemas sérios que necessitam de atenção veterinária. Em gerbils mais velhos, especialmente nos machos, os tumores são mais comuns na glândula odorífera, localizada no abdômen. Embora também possam aparecer em outras áreas do corpo, esses crescimentos geralmente se iniciam como pequenos caroços duros que aumentam com o tempo.
Sintomas: O principal sintoma é a presença de um nódulo que pode crescer de forma progressiva. No início, isso pode não interferir muito na rotina do gerbil, mas à medida que o tumor aumenta, o animal pode começar a roê-lo devido ao desconforto. Em tumores da glândula odorífera, isso ocorre com mais frequência.
Causas: Este problema geralmente é genético e multifatorial.
Tratamento: A remoção cirúrgica é a única forma eficaz de tratar cistos ou tumores externos. Quando o tumor cresce o suficiente para causar desconforto, a cirurgia pode ser realizada com anestesia, e os pontos usados normalmente são do tipo absorvível, o que minimiza o risco de complicações. Após a cirurgia, deve se recuperar completamente em 2 semanas.
Recuperação: O veterinário poderá orientá-lo sobre quando você poderá observar a recuperação total do gerbil após a cirurgia. Embora a anestesia em pequenos animais tenha avançado bastante, sempre há algum risco. Porém, as chances de complicações graves são mínimas. Segundo a autora do artigo traduzido e adaptado de Gerbils.co.uk - “Em minha experiência com mais de 30 cirurgias de gerbils, perdi apenas dois, e acredito que essas perdas ocorreram devido a outras complicações, não à anestesia”.
Tumores em outras partes do corpo são raros, em alguns casos, também podem ser removidos cirurgicamente. No entanto, tumores internos não são operáveis. Se o gerbil começar a sofrer, a eutanásia indolor realizada por um veterinário é a opção mais humana.
DESENLUVAMENTO DA CAUDA
Muitas vezes ouvimos que um gerbil poderá perder a cauda de você segurá-lo por ela. O gerbil não soltará sua cauda como uma lagartixa, o que acontece é que ao segurar ou erguer um gerbil pela cauda isso pode causar o rompimento da pele frágil que recobre o osso do membro. Os ossos e os músculos ficarão intactos, porém sem a pele, isso é chamado de "degloving", ou "desenluvamento" em português.
Sintomas: Cauda sem pele na ponta ou por toda sua extensão.
Causas: Segurar ou erguer o gerbil pela cauda. Em uma briga, se a cauda estiver muito ferida, ela pode “cair” também.
Tratamento: Transfira o gerbil machucado para um alojamento limpo. A parte descoberta da cauda secará e depois cairá sozinha. O contrário do que se pode pensar, a cauda não crescerá novamente.
Recuperação: O gerbil pode ter alguns problemas de equilíbrio no início, mas se logo se acostumará.
CONVULSÕES EPILÉTICAS
As convulsões, ou ataques, são um problema relativamente raro em gerbils e geralmente não são graves. Elas costumam ocorrer em resposta ao estresse causado por estímulos como manuseio excessivo ou mudanças no ambiente. Alguns gerbos são mais propensos a convulsões, possivelmente por causa de uma predisposição genética. São mais comuns em gerbos mais jovens, e gerbos de olhos vermelhos tendem a ter episódios mais curtos e menos graves. Existem dois tipos principais de convulsões em gerbils. O primeiro, menos grave, faz com que o gerbil fique imóvel, olhando para o espaço e mantendo uma postura rígida sobre as quatro patas. Se for manuseado, parecerá flácido e sem controle muscular, e o episódio geralmente dura de um a dois minutos, podendo se estender um pouco mais.
O segundo tipo é mais grave e envolve contrações musculares intensas que duram alguns segundos, raramente mais de meio minuto. Após essa fase, o gerbil pode passar por um período de aproximadamente dez minutos com sintomas semelhantes aos da convulsão leve. É comum que o gerbil esteja mais ativo do que o normal nos dias seguintes a uma convulsão.
Sintomas do Tipo 1: Ficar imóvel, abaixado junto ao chão, olhar vazio ou olhos fechados, postura rígida. Quando pego, pode parecer flácido e descoordenado. Este tipo geralmente dura de um a dois minutos.
Sintomas do Tipo 2: Espasmos musculares intensos que duram alguns segundos. Após a convulsão, pode apresentar um estado de imobilidade semelhante ao do tipo 1 por cerca de dez minutos.
Causas: Estresse, susto, medo. Estímulos excessivos, como manuseio intenso ou mudanças no ambiente. Convulsões em gerbils jovens, geralmente entre cinco e seis semanas de idade, diminuem com a idade. Convulsões em gerbilos adultos são raras, a menos que tenham começado na juventude.
Tratamento: A maioria das convulsões é inofensiva e o gerbil se recupera rapidamente. Basta colocar o gerbil de volta em sua casa e colocar o tanque em uma área silenciosa e escura com o mínimo de perturbações. Não há necessidade de tratamento médico imediato se os ataques forem únicos e curtos. Se os ataques forem prolongados, repetitivos ou acompanhados de outros sintomas preocupantes, consulte um veterinário para investigar possíveis causas, como lesão cerebral.
Recuperação: De 1 segundo a 10 minutos.
Convulsões persistentes são raras e geralmente não representam um problema grave. Gerbils que sofrem de convulsões podem adaptar-se e viver normalmente após os episódios iniciais. Algumas evidências sugerem que a predisposição a convulsões pode ser herdada e que a criação seletiva pode influenciar a suscetibilidade. É aconselhável não reproduzir gerbils que tenham convulsões frequentes.
Estudos indicam que certas linhagens de gerbils são mais propensas a convulsões, e que características como a cor podem influenciar a gravidade dos ataques. No entanto, o impacto genético e ambiental ainda está sendo pesquisado. Em resumo, as convulsões em gerbils são raras e, na maioria das vezes, não são graves. *É aconselhável evitar a reprodução do gerbil afetado e revisar as práticas de criação para evitar a propagação de problemas hereditários.
DERRAME (AVC)
Derrames, ou acidentes vasculares cerebrais (AVC), são mais comuns em gerbils idosos e acontece quando o tecido cerebral morre. Existem duas causas principais de acidente vascular cerebral. Em um acidente vascular cerebral hemorrágico, o tecido cerebral é morto por sangramento excessivo no cérebro, devido a trauma ou ruptura de vaso sanguíneo. Em um acidente vascular cerebral isquêmico, o tecido cerebral morre porque foi privado de oxigênio. Normalmente, isso ocorre porque um coágulo sanguíneo ou placa de colesterol está bloqueando uma artéria, impedindo que o sangue rico em oxigênio flua para o cérebro.
Sintomas: Paralisia ou fraqueza em um lado do corpo, inclinação da cabeça, dificuldade de movimentação ou caminhar em círculos, letargia e perda de coordenação, problemas para comer ou beber água.
Causas: Desgaste dos vasos sanguíneos por conta da idade avançada, predisposição genética a problemas circulatórios, trauma como lesões e quedas.
Tratamento: Mantenha o gerbil aquecido e confortável. Ofereça alimentos e água com uma seringa se necessário. Consulte um profissional para cuidados adicionais e garantir que o gerbil não esteja em sofrimento.
Recuperação: Alguns gerbils se recuperam bem, enquanto outros podem ter sequelas leves. Às vezes, infelizmente um segundo derrame pode ocorrer logo em seguida, resultando na morte do animal.
INFECÇÃO NO OUVIDO INTERNO
Problemas no ouvido interno são mais comuns em gerbils mais velhos e, geralmente, causam inclinação da cabeça. Esses casos estão frequentemente associados a uma condição conhecida como colesteatoma, que é um cisto intratável no ouvido. Embora não haja cura para os cistos, a condição crônica gerada por infecções secundárias pode ser tratada.
Sintomas: Inclinação da cabeça, perda de equilíbrio, movimento circular repetitivo, dificuldade em se movimentar corretamente.
Causas: A principal causa é o colesteatoma, um cisto no ouvido interno. Essas formações afetam o equilíbrio do animal e, frequentemente, levam a infecções secundárias que agravam os sintomas.
Tratamento: Embora o colesteatoma em si não possa ser removido, os sintomas crônicos podem ser controlados. O tratamento inclui injeções anti-inflamatórias administradas por um veterinário para aliviar o inchaço e o desconforto.Também podem ser associados antibióticos para tratar a infecção secundária, que é a principal responsável pela inclinação da cabeça e os problemas de equilíbrio.
Mesmo após o tratamento, é comum que uma leve inclinação da cabeça permaneça, mas o gerbil se adapta bem a essa condição e consegue viver normalmente. É importante monitorar o animal, pois a infecção pode retornar, exigindo novo tratamento.
Recuperação: Sem tratamento, a condição pode piorar rapidamente, levando à perda total de coordenação, impossibilidade de o gerbil cuidar de si mesmo, colapso e, eventualmente, morte. Portanto, o tratamento imediato é crucial para a qualidade de vida do animal. O veterinário poderá fornecer o tempo estimado para a recuperação do gerbil. *É aconselhável evitar a reprodução do gerbil afetado e revisar as práticas de criação para evitar a propagação de problemas hereditários.
DENTES MUITO GRANDES OU QUEBRADOS
O crescimento excessivo dos dentes é um problema comum em gerbils, especialmente em animais mais velhos ou que perderam um dos dentes incisivos frontais. Como os dentes dos gerbils crescem continuamente ao longo de suas vidas, é essencial que eles tenham material para roer para desgastar os dentes. Quando isso não ocorre adequadamente, os dentes podem crescer demais, causando desconforto e até perfurações, dificultando a alimentação. Embora os gerbils tenham dentes fortes e resistentes, eles podem quebrá-los ao roer algo muito duro e inadequado, como o acrílico. Além disso, deficiências vitamínicas podem enfraquecer os dentes, tornando-os mais frágeis. Quedas também podem resultar em fraturas dentárias.
Sintomas: Perda de peso, dificuldade para mastigar alimentos, salivação excessiva, dentes visivelmente grandes demais.
Causas: Perda de um dente incisivo, sem o atrito do dente oposto, o dente remanescente pode crescer sem controle. Falta de materiais adequados para roer, materiais inadequados ou queda. Além disso, gerbils mais velhos tendem a mastigar menos, o que pode resultar no crescimento excessivo dos dentes.
Tratamento: O veterinário pode cortar ou lixar os dentes crescidos ou quebrados, um procedimento indolor que ajuda o gerbil a se alimentar normalmente.
Recuperação: Uma vez que os dentes forem aparados, o gerbil poderá se recuperar rapidamente.
DIARREIA
A diarreia é um sintoma preocupante que pode indicar diversos tipos de infecções, incluindo a doença de Tyzzer, E. coli, Listeria, Salmonella, Giargia e outros parasitas. Embora algumas dessas infecções sejam raras em esquilos-da-Mongólia, todas representam riscos graves e exigem atenção imediata, pois podem se espalhar rapidamente entre os animais e até para humanos.
Sintomas: Fezes moles, liquidas ou descoloridas, bumbum molhado, apatia ou letargia, falta de apetite, desidratação, perda de peso.
Causas: A diarreia pode ser causada por muita comida úmida na dieta do gerbil. Esse problema é facilmente resolvido oferecendo menos frutas e vegetais. Outra possibilidade é a doença de Tyzzer, uma infecção bacteriana altamente contagiosa que causa diarreia, além de outros sintomas como paralisia. A transmissão ocorre por contato direto entre gerbils. Já a E. coli, Listeria e Salmonella, são bactérias que podem causar diarreia grave. Essas infecções são transmitidas pelo consumo de alimentos ou água contaminados. A doença de Tyzzer não afeta humanos, mas Salmonella, E. coli e Listeria são perigosas para humanos e podem ser fatais para jovens e idosos ou pessoas com sistema imunológico comprometido.
Tratamento: Isole o alojamento contaminado dos saudáveis. Se o gerbil doente estiver sofrendo de uma doença contagiosa, ela provavelmente já se espalhou para seus companheiros de alojamento, então não separe os gerbils. Se a diarreia for o único sintoma presente, apenas pare de dar comida úmida até que ele melhore. Se a diarreia não desaparecer ou piorar, ou outros sintomas aparecerem, leve os gerbos a um veterinário para um diagnóstico adequado. Ele provavelmente prescreverá antibióticos orais. Como sempre, siga cuidadosamente as instruções do veterinário e complete o curso completo de antibióticos.
Recuperação: A diarreia causada por esses doenças e infecções citadas infelizmente não tem um bom prognóstico e em 24 horas após o aparecimento dos sintomas o animal poderá falecer. Procure um veterinário o mais rápido possível.
*Lave bem as mãos e desinfete todos os itens que entram em contato com os gerbils doentes. As infecções bacterianas que causam diarreia são facilmente transmitidas.
**A diarreia em gerbils nunca deve ser ignorada, pois pode ser fatal e representa riscos tanto para os animais quanto para os humanos. O tratamento rápido e o isolamento são essenciais para conter a disseminação da doença.
***Deve ser observado se algum alimento diferente foi ofertado aos animais antes do aparecimento do sintoma. Frutas e vegetais que contém muita água em sua composição também podem causar diarreia nos gerbils.
DOENÇA DE TYZZER
A doença de Tyzzer é causada por uma bactéria chamada Clostridium piliforme. As várias cepas são geralmente específicas da espécie (ou seja, há uma cepa de camundongo, uma cepa de rato, etc.), mas os gerbilos são vulneráveis a várias cepas diferentes.
O C. pilforme se espalha por meio de esporos nas fezes de animais infectados. Os gerbilos ingerem os esporos ao se limparem após entrarem em contato. Indivíduos que sobrevivem à infecção inicial podem continuar a produzir esporos por até duas semanas, e os esporos podem sobreviver na forração infectada por um período desconhecido (mais de dois anos).
Raramente, indivíduos podem carregar a doença sem sintomas aparentes, mas desenvolvem uma infecção aguda quando sob estresse (devido à superlotação, mudança no ambiente ou doença adicional).
Sintomas: Recusa em comer, letargia, pelagem áspera, fraqueza e diarreia. Os animais afetados nem sempre desenvolvem diarreia. O agente causador da doença produz uma toxina que pode causar falência generalizada de órgãos. Danos ao coração e aos nervos causam paralisia e perda de coordenação.
Causas: Contato com animais infectados. A doença de Tyzzer afeta ratos, camundongos, hamsters e porquinhos-da-índia, bem como gerbilos. Camundongos e ratos podem carregar a doença sem sintomas.
Tratamento: Se você suspeitar de Tyzzer, leve seu gerbil a um veterinário imediatamente para diagnóstico. Seu veterinário prescreverá antibióticos; certifique-se de seguir todas as instruções e concluir o tratamento completo com antibióticos. Mesmo com tratamento, a morte é comum, mas fluidos subcutâneos e uma fonte de calor podem dar tempo para os antibióticos fazerem efeito. O tratamento de indivíduos expostos antes que eles desenvolvam sintomas pode ajudar a evitar que a infecção se torne fatal.
Recuperação: Os antibióticos tratarão os sintomas visíveis de Tyzzer, mas não eliminarão a contaminação presente na colônia. Todos os gerbilos expostos precisam ser mantidos isolados de animais externos, permanentemente. NÃO traga novos gerbilos para a colônia e NÃO permita que nenhum gerbil da colônia infectada saia. Após o surto inicial, qualquer coisa que possa ter entrado em contato com os esporos deve ser esterilizada ou, se possível, destruída. Para matar os esporos, eles precisam ser mantidos a 80˚C por 30 minutos. As superfícies podem ser desinfetadas com um tratamento com alvejante por 5 minutos.
CATARATA
Embora seja raro, gerbils podem desenvolver cataratas, uma condição em que a pupila do olho se torna opaca, resultando em perda progressiva da visão. Essa condição é mais comum em gerbils mais velhos e pode ser causada por fatores genéticos ou doenças subjacentes.
Sintomas: Pupila acinzentada ou turva no estágio inicial, pupila com aparência branca e leitosa conforme a condição progride, redução perceptível da visão que pode afetar o comportamento.
Causas: Em muitos casos, as cataratas em gerbils são causadas por predisposição genética, sendo mais comuns em linhagens com problemas de endogamia (cruzamento consanguíneo). Condições de saúde como diabetes também podem contribuir para o desenvolvimento de cataratas, embora isso seja menos comum em gerbils.
Tratamento: Se você notar sinais de catarata no gerbil, é importante consultar um veterinário para descartar problemas de saúde mais graves, como diabetes ou infecções oculares. Infelizmente, não há tratamento para remover cataratas em gerbils.
Recuperação: Eles costumam se adaptar bem à visão reduzida e continuam a viver normalmente.
*É aconselhável evitar a reprodução do gerbil afetado e revisar as práticas de criação para evitar a propagação de problemas hereditários.
PERDA DE PELOS
A perda de pelos em gerbils pode ser causada por diversos motivos e geralmente está associada a alguma problema comportamental ou de saúde.
Sintomas: Perda de pelos ao redor do nariz e dos olhos. Perda circular de pelos em áreas específicas. Falha de pelos na nuca ou na cauda.
Causas: A perda de pelos ao redor do nariz e dos olhos pode indicar problemas de saúde, como nariz vermelho, infecção respiratória superior ou alergias. Além disso, uma dieta inadequada pode afetar negativamente a pelagem dos gerbils, resultando em pelos fracos ou ausentes. Irritações cutâneas ou até câncer de pele também podem levar os gerbils a coçar excessivamente áreas específicas, agravando a perda de pelos. Outro fator são as infestações por parasitas, como ácaros, sarna ou parasitas internos, que causam coceira constante e contribuem para a queda de pelos. No contexto social, os gerbils limpam uns aos outros para reforçar a hierarquia, e não é incomum que gerbils subordinados sofram com a limpeza excessiva de seus companheiros, especialmente nas áreas dos bigodes, cauda e ombros. Além disso, gerbils que têm o hábito de morder as barras da gaiola podem acabar perdendo pelos nas bochechas ou no nariz devido ao atrito constante.
Tratamento: Se você já descartou as questões comportamentais e seu gerbil tem uma alimentação balanceada, o mais indicado é visitar um veterinário para entender melhor a causa da perda de pelos. Em casos graves, pode ser necessário o uso de antibióticos para tratar uma possível infecção.
Recuperação: Se o fator for ambiental, como a gaiola, a recuperação deve ser rápida. Nos outros casos, dependerá da causa exata e do tratamento indicado.
INFESTAÇÃO DE ÁCAROS
Embora as infestações de ácaros sejam raras em gerbils, elas podem ocorrer e devem ser tratadas rapidamente para evitar desconforto e possíveis complicações. Os ácaros são pequenos parasitas que se alimentam da pele e do sangue dos gerbils, causando irritação e outros problemas.
Sintomas: Coceira excessiva, queda de pelo ou áreas com falhas, pele vermelha e irritada, comportamento inquieto ou irritado. Pequenos pontos pretos ou vermelhos visíveis na pele ou na pelagem.
Causas: Ambiente contaminado. Ácaros podem ser transmitidos por outros animais ou por objetos contaminados, como feno, brinquedos ou substratos. A infestação pode ocorrer quando o gerbil entra em contato com animais infectados, como pássaros ou outros roedores.
Tratamento: Antiparasitário prescrito por um veterinário especializado. Limpeza e desinfecção do alojamento e acessórios.
Recuperação: Uma vez medicado e feita a higiene do ambiente, a coceira deverá cessar em poucos dias e os pelos devem crescer em breve.
*A limpeza regular do habitat e a troca do substrato podem ajudar a prevenir infestações.
**Ácaros são tratáveis, mas requerem ação rápida para evitar que a infestação se agrave. A desinfecção completa do habitat é essencial para evitar o retorno dos parasitas.
MICOSE
Micose é uma infecção fúngica rara em gerbils, mas que pode ser transmitida aos humanos. É importante identificar e tratar a micose adequadamente para evitar sua propagação.
Sintomas: Perda circular de pelos, formação de crostas nas áreas afetadas, coceira e irritação. O gerbil pode coçar ou se incomodar com as áreas afetadas.
Causas: Ambiente contaminado. Ácaros que podem ser transmitidos por outros animais ou por objetos contaminados, como feno, brinquedos ou substratos. A infestação pode ocorrer quando o gerbil entra em contato com animais infectados, como pássaros ou outros roedores.
Tratamento: Um veterinário pode confirmar a micose utilizando uma lâmpada fluorescente e exames laboratoriais, se necessário. Medicamentos antifúngicas costumam ser eficazes no tratamento da micose. Em casos graves, pode ser necessário o uso de antibióticos para tratar a infecção.
Recuperação: O tratamento de micoses e fungos pode ser lento e deve ser cumprido rigorosamente para evitar um efeito rebote. O veterinário poderá informar o prazo para a observação de alguma melhora.
*Lave e desinfete completamente a gaiola e todos os acessórios com produtos adequados para evitar a recorrência. Mantenha isolados os gerbils com sintomas ou que tenham tido contato com infectados.
**Lave bem as mãos e qualquer equipamento após manuseio de gerbils suspeitos de micose. Mantenha o habitat do gerbil limpo e livre de fontes de contaminação.
***Micose é contagiosa e pode afetar tanto os gerbils quanto os humanos. A identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para controlar a infecção e prevenir a propagação.
Este é um artigo traduzido e adaptado de TheGerbils.com - Everything about gerbils - Health, Gerbil Ailments - National Gerbil Society, Doenças comuns do gerbilo | O Fórum Gerbil e de https://www.agsgerbils.org/.
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